quinta-feira, 16 de agosto de 2012

Gasolina Reformulada


Programa de Gasolina Reformulada

Quando o Congresso dos EUA aprovou a emenda do “Clean air Act” de 1990, estabeleceram-se inúmeros programas para combustíveis e veículos com motores mais limpos. Estes programas têm obtido elevado algum sucesso em proteger a saúde pública através da redução da emissão de poluentes pelos automóveis.

 Na emenda de 1990, o Congresso fechou um balanço dos programas para controle de emissão dos veículos e dos combustíveis. O programa da gasolina reformulada (RFG) foi concebido para atingir vários objetivos, incluindo-se a melhoria da qualidade do ar e a utilização de oxigenados nos combustíveis (Holmstead, 2001).

O Congresso estabeleceu as exigências globais do Programa de Gasolina Reformulada pela identificação das cidades específicas nas quais poderiam ser requeridos padrões específicos de performance para este particular Programa, incluindo um requerimento pelo qual a gasolina deve conter um mínimo de 2% de oxigênio por carga. O etanol e o MTBE são os oxigenados de maior utilização no programa de gasolina reformulada. A “Environmental Protection Agency” (EPA) publicou o regulamento final estabelecendo as exigências finais das duas fases do programa no início de 1994. Em 2001, o MTBE respondia por 87% dos oxigenados utilizados  no programa de gasolina reformulada (Holmetead, 2001).

A primeira fase do programa federal da gasolina reformulada, iniciada em janeiro de 1995, produziu uma gasolina mais limpa, o que ajudou bastante a reduzir as emissões de ozônio e poluentes nas cidades americanas (Holmstead, 2001, p.1).  Neste período, 60 áreas do território americano estavam com nível de ozônio acima do desejável (Wilson, 1998). 

Para a tomada de decisão sobre as áreas que seriam incorporadas ao programa de gasolina reformulada, o EPA utilizou sua classificação das áreas que não se encontram no padrão de qualidade do ar para ozônio conforme os “national ambient air quality standards” (NAAQS).Essa classificação considera seis níveis de ozônio por área acima do nível desejado: marginal, moderada, séria, severa ou extrema. A classificação feita pelo EPA seguiu as requisições do “Clean Air Act” de 1990 (Energy Information Administration,1999b).

A segunda fase do referido programa teve início em janeiro de 2000 e foi concebida para reduzir a emissão de “volatile organic compounds” (VOC), de óxidos de nitrogênio (NOX), assim como  de outros gases tóxicos (Holmstead, 2001).

Sob o “Clean Air Act”, dez áreas metropolitanas, com os mais sérios níveis de poluição do ar, receberam exigidas para aderir ao uso de gasolina reformulada (RFG). Além destas, outras áreas aderiram voluntariamente ao programa de RFG com o intuito de ajudar a combater seus problemas com poluição do ar (Holmstead, 2001).

Efeito poluidor do MTBE e seu banimento em alguns estados americanos Constatou-se, o efeito poluidor do MTBE do lençol freático. Em algumas instâncias, como Santa Mônica na California, elevadas concentrações de MTBE causaram o fechamento de uma fonte de água potável. A fonte da contaminação foi o vazamento em um tanque de armazenagem de gasolina no subsolo. Encontrou-se MTBE na água de 14 dos 33 estados pesquisados. O MTBE foi detectado em aproximadamente 5% dos 1.500 poços pesquisados. Na maioria dos casos ocorreu a detecção de uma baixa concentração, principalmente na água do subsolo das cidades. Além disto, encontrou-se  MTBE em 51 sistemas públicos de água para beber em 5 estados, na maioria destes casos a concentração de MTBE estava abaixo da permitida (Environmental Protection Agency, 1997). 

A contaminação da água por MTBE pode ocorrer por vazamentos nos tanques de armazenagem, pelos oleodutos ou até mesmo pela chuva. A emissão de MTBE pelos veículos e a evaporação dos postos de combustíveis  liberam gás oxigenado para a atmosfera. Como o oxigenado persiste na atmosfera por dias e até mesmo semanas e parte deste gás voltará à forma líquida, retornando a Terra por meio das chuvas, provocando a contaminação dos córregos, rios e lagos. Ocorre contaminação pois o oxigenado químico é resistente à degradação, infiltrando-se nos poços e nos lençóis freáticos (Zogorsky et al.,1997).

O impacto do MTBE na poluição da água causou a sua proibição em 17 estados americanos. Destes, 5 estados são grandes consumidores de MTBE: Califórnia, Connecticut, Kentucky, Missouri e New York, responsáveis por cerca de 50% do consumo de MTBE utilizado na gasolina reformulada e gasolina oxigenada e cerca de 44% do consumo de MTBE nos EUA.

Nos estados em que o MTBE foi banido, vem ocorrendo elevação do consumo de etanol, substituto natural do MTBE. Projeta-se um crescimento ainda maior do consumo de álcool combustível nos Estados Unidos, caso outros estados proíbam a utilização deste produto. Além disto, existe uma discussão no Congresso americano para se efetuar o banimento de MTBE em todo o seu território.

Programa de Gasolina Renovável: (Renewable Fuels Standard –RFS) Além das medidas estaduais para o banimento do MTBE, estimulando o consumo de etanol, no Congresso americano vem-se discutindo vários projetos de lei para estimular o desenvolvimento de combustíveis alternativos (Yacobucci, B.D. 2002).

Neste sentido, o Congresso  aprovou em 2 de agosto de 2001 uma legislação sobre energia, “The House version” (H.R. 4), na qual são estabelecidas metas para utilização de combustíveis alternativos. No início de março de 2002, iniciou-se a discussão sobre energia no Senado americano através da “Senate Bill” S.517. Ambas as medidas contém provisões para um fundo de pesquisa e desenvolvimento, incentivos fiscais e outros incentivos para combustíveis alternativos (Yacobucci, B.D. 2002).

As discussões no Senado estenderam-se por 2003 e 2004, delas resultando o “The Energy Policy Act of 2003”, denominado pelo Senado de S.2095. Algumas das medidas discutidas no S. 2095 referem-se ao cronograma de implantação do programa de combustíveis renováveis nos EUA, incluindo-se toda a forma de biocombustíveis – como por exemplo o biodiesel e o etanol - até o ano de 2012 e o banimento do MTBE em todo o território americano até 31 de dezembro de 2014 (Senate of the United States, 2004). No ano de 2005, o presidente Bush sancionou o “Energy Policy Act of 2005”, pelo qual inclui o programa de combustíveis renováveis (Renewable Fuels Association, 2006).

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