Mantega garante
reajuste de preços de combustíveis nas bombas Publicado em Quinta, 09 Agosto
2012 12:51
Depois de ouvir na sexta-feira um emocionado relato da presidente da
Petrobrás, Graça Foster, antes da divulgação do prejuízo de R$ 1,3 bilhão no
segundo trimestre, o ministro da Fazenda, Guido Mantega, garantiu ao comando da
companhia que haverá reajuste dos combustíveis nas bombas, de acordo com fonte
da Agência Estado.A assessoria de imprensa do ministro nega que ele teria
garantido o reajuste. O ministro lembrou que este ano já houve dois aumentos
nos preços dos derivados de petróleo. "Não há perspectiva de reajuste no
horizonte.", declarou o ministro.Segundo a fonte, Graça Foster se viu
obrigada a conter o choro ao reportar ao conselho de administração o primeiro
prejuízo trimestral da companhia em 13 anos. O resultado de abril a junho foi o
primeiro totalmente sob a gestão de Graça, que assumiu o cargo em fevereiro.A
sinalização de Mantega mostra uma mudança de disposição do governo – controlador
e sócio majoritário da companhia – que há nove anos não autoriza reajustes com
impacto para a inflação. Os últimos aumentos foram compensados com a redução da
Cide, agora zerada.Nessa quarta-feira, o ministro de Minas e Energia, Edison
Lobão, lembrou que há nove anos não se faz nenhum reajuste na bomba e disse que
o governo não vê nenhum outro instrumento para socorrer a Petrobrás senão um
aumento no preço dos combustíveis. O ministro disse que a suspensão da cobrança
da Cide sobre o combustível para o aumento não chegar à bomba, no ano passado,
não compensou o prejuízo.Mantega encerrou a reunião na sexta-feira com a
promessa de reajuste, embora sem dar detalhes. Não foram discutidos porcentuais
ou data. Aos interlocutores, deixou subentendido que um possível reajuste não
seria imediato. O governo terá de estudar o melhor momento para lançar mão da
medida para diesel, gasolina ou ambos.O ministro é presidente do Conselho de
Administração da Petrobrás. Na segunda-feira, três dias após a divulgação do
prejuízo, Graça fez questão de participar das entrevistas coletivas para
comentar o resultado, normalmente coordenadas pelo diretor financeiro.No
evento, o diretor de Abastecimento, José Carlos Cosenza, informou que a
importação de diesel e gasolina tem representado custo extra de cerca de US$ 3
bilhões por trimestre. A companhia supre a demanda crescente com importação de
combustíveis no exterior a preços mais altos que os internos.Graça briga pela
paridade de preços no Brasil com os do exterior. Os preços estão defasados
desde janeiro de 2011. A Petrobrás não informa seus cálculos, mas o Centro
Brasileiro de Infraestrutura (CBIE) estima a diferença em 24,5% para diesel e
23,1% para gasolina, mesmo após os últimos reajustes.Depois do prejuízo da
Petrobrás, o governo também começou a ser cobrado por representantes de
acionistas.Uma das propostas apresentadas a Mantega para tentar atenuar o
impacto na inflação seria aproveitar o pacote do governo para o setor de
energia e combiná-lo com um eventual reajuste de combustíveis.O governo, porém,
também estaria apostando numa redução do preço do barril de petróleo no mercado
internacional nos próximos meses. Fonte:
O Estadão Online
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